segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Alunos trabalhando a releitura das obras de Candido Portinari










 
“Quanto mais próxima a partida mais aflito ficava. Olhava o chão, as plantas, os animais, as aves e aquela luz… Parecia que nunca mais iria ver tudo aquilo que era parte de mim mesmo. Quantas lágrimas derramei às escondidas. Vi e revi mil vezes todos os recantos. Saudade incontida do que ficava. (…) Procurava ensaiar para não ser traído pela emoção. Ia à casa de minha vó, trocava duas palavras e saía vencido, qual, não era possível. Voltava para casa, falava com minha mãe e sentia-me impossibilitado de dizer palavras. Não poderia despedir-me. Preferia não ir mas necessitava ir, estava na idade. O sol, a lua, as estrelas, as águas do rio, o vento, tudo ficaria lá e eu encontraria o escuro.”
 
Paris, setembro de 1958.
Candido Portinari

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